quinta-feira, 11 de junho de 2009

A vida em que vivemos!



Imagina um mundo onde os dias não são contados, a vida não tem fim.
Um mundo onde ninguém morria de velhice, onde ninguém morria de doença, um mundo onde a vida era concebida para viver eternamente.
Um mundo sem desigualdades, um mundo farto e suficiente para todos, um mundo onde a tristeza não fosse uma palavra conhecida, um mundo onde a alegria reinava sobre todos os lares e todos os lares vivam em comunhão com o próximo.
Um mundo onde a única limitação à vida só poderia ser imposta por nós mesmos, onde só por vontade própria, por acidente ou por ação de outrem a vida poderia ter fim.
Imagina-te nesse mundo rodeado pelos que mais gostas, numa harmonia e tranquilidade de viver que a segurança da vida eterna te proporcionaria.
E se de repente alguém ou algo entrasse na tua vida e roubasse a vida de uma das pessoas que mais amas e te condenasse a uma eternidade sem mais veres e estares com ela.
O que sentirias?

Agora imagina um mundo onde a vida é limitada e onde todos têm noção que esta tem um início e tem um fim.
Um mundo onde todos têm a noção que não passa de uma passagem breve e efémera e onde todos têm o conhecimento de uma outra vida que só poderia ser alcançada viajando na rota a que chamas morte.
Uma vida além da atual que fosse eterna, harmoniosa e em paz em que a morte não fosse possível fosse por que meio fosse. Uma vida ainda mais perfeita que aquela que ainda há pouco tomavas conhecimento. Uma vida onde nada, nem ninguém semelhante a ti detinha o poder de a terminar fosse por que meio fosse.
Agora imagina a rota a que chamas morte. Com dois caminhos distintos: um à esquerda e um à direita. Dois caminhos dos quais não vias o fim. Um estreito e um largo. Um estreito que te levaria a ti e aos teus a esse mundo eterno. Um largo que te levaria a ti e aos teus a um beco sem saída, sem regresso, sem esperança.
Agora sente-te na tua vida atual, a vida a que chamas realidade. A vida que vives e em que gostas de estar sempre rodeado pelos que mais amas. De tal forma que não hesitarias em levar todos pela mão pelo caminho estreito para que juntos todos pudessem conviver eternamente.
Agora imagina que algo ou alguém ou qualquer filosofia de conhecimento leva uma das pessoas que mais amas pelo caminho largo. Condenando-te a um eternidade sem ela, sem possibilidade de retorno.
O que sentirias?
Não será esta a vida em que vivemos?